terça-feira, 11 de outubro de 2011

O DIA SEGUINTE

Jacob ...

Eu consegui sonhar:
Eu estava sentando no tronco que eu costumava sentar com Nessie na praia. Era noite, a lua estava cheia e eu estava chorando muito me lembrando do que aconteceu.
Quando eu olhei para lua e comecei a falar:

-Eu sei que você está em algum lugar aqui fora, em algum lugar longe, bem longe mas eu quero você de volta, meu pai diz que eu estou ficando louco mas ele não entende, porque ele não sabe o que eu sei e nem o que eu sinto.
Porque quando o sol se põe e à noite chega, quando as estrelas iluminam tudo eu sento sozinho falando com a Lua e tento chegar até você na esperança de que você esteja do outro lado falando comigo também. Ou será que sou um bobo aqui sozinho conversando com a lua? Será que você também está falando de volta? Sim, alguém está falando de volta. Você já me ouviu chamando? Por favor responda, você é tudo que eu tenho.
I lov... I love you... I love you so much.

E quando eu me dei conta Nessie chegou atrás de mim me abraçou e disse no meu ouvido.

- Eu também quero você de volta, seu pai não te entende mais eu te entendo porque eu sinto o mesmo que você. Quando o sol se põe eu também me sento sozinha conversando com a lua e eu sempre me perguntei se você estava me respondendo ou se eu era apenas mais uma bobinha conversando com a lua, mas bem la no fundo eu sabia, algo me dizia que você me amava e me respondia. E sim eu já te ouvi chamando, você é tudo o que eu tenho. I love you too. – E então, tão inesperadamente ela pulou o tronco e se sentou no meu colo. – Você não vai dizer nada Jake?

- Ações valem mais do que palavras por mais lindas que sejam. – Disse isso e a beijei, mas eu parecia tão desesperado que a assustei, então pedi desculpas e recomecei, dessa vez com mais sutileza. E tão de repente eu acordei. Isso ai, EU ACORDEI. Meu primeiro sentimento foi de revolta seguidos de desespero, raiva, tristeza. A tristeza se deu quando eu cai na real e percebi o que estava acontecendo. Eu não morri enquanto dormia, como eu tanto queria, eu ainda estava vivo e dor ainda não tinha cessado. O que eu faria agora ? O jeito era começar o esse dia de cabeça erguida e pensar no que eu faria de agora para frente. A primeira coisa que eu fiz foi me levantar e tomar um banho. Depois sai do quarto e vi que meu pai não estava em casa, resolvi então ir à praia para pensar melhor. Quando sai de casa o tempo estava meio nublado, como sempre.

Me sentei na areia, bem rente o mar e como na noite anterior as ondas alcançavam meus pés. Eu fiquei ali lembrando da noite anterior e de como ela me disse cada palavra. Isso me causou fortes náuseas e eu me deitei na areia da praia fazia, encolhido como uma bola. Espasmos fortes percorriam meu corpo, esse, que doía ferozmente. E eu me senti pequeno, miserável, tremendamente bobo. Bom, o que estou tentando dizer é que eu comecei a entender, naquele momento, como o que é se sentir a menor e a mais insignificante das criaturas do mundo e isso faz você sentir dores em lugares que nem sabia que existiam no corpo. Não importa o que você faça , você ainda vai pra cama, toda noite, pensando em cada detalhe, imaginando o que fez de errado, ou como pode ter interpretado mal, e como foi que por um breve momento, você achou que podia ser tão feliz... e bem, depois de tudo isso, demore o tempo que tenha que demorar, você vai para um lugar novo, vai conhecer pessoas novas que fazem você se valorizar e pedacinhos da sua alma vão finalmente voltar. E aquela época turva, aquele tempo ou a vida que você desperdiçou, tudo isso começa a se dissipar¹. Bem, sobre essa ultima parte eu não tinha certeza, mas esperava, desesperadamente, estar certo. Então eu conclui que o dia seguinte, sem duvidas, é o pior.


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1.  Créditos à: “O amor não tira férias” : Um dos melhores filmes que eu ja vi.
bý:  Bruna.

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