terça-feira, 11 de outubro de 2011

VISITA INESPERADA

Falemos a verdade, eu não faço a mínima ideia de como ele conseguiu chegar até ali, muito menos de porque ele estava deitado na cama, ao meu lado e com a mão na minha cintura me puxando para mais perto. Eu só sei que estava. Quando ele percebeu que meus olhos estavam abertos tirou rapidamente a mão da minha cintura e me olhou nos olhos:

- Eu a acordei? Mil desculpas, não era minha intenção, é que você estava meio fria e eu ... – ele não terminou essa frase. – Bem, de qualquer modo me desculpe. Ah, e a proposito você está muito mais bonita desde a ultima que nos encontramos. – E me deu um sorriso largo. UAU. E o que era aquele sotaque espanhol, meu deus, eu o reconheceria em qualquer lugar, mesmo estando inconsciente.

- Ignácio Domenechi, a que devo a honra ? – Disse abrindo um enorme sorriso. Era reconfortante ter Ignácio ali. Eu ainda não tinha tocado em seu nome, talvez pelo tempo que ficamos separados. Ignácio é uma espécie completamente diferente de todas já encontradas até então. Mais diferente até mesmo que eu. Ignácio é descendente de um clã de lobisomens austríacos, eles só se transformam com a lua. Mas não é só isso. Seu pai era um desses lobos e sua mãe era uma vampira colombiana, então ele tem tanto o gene de lobisomens como de vampiros. Seus pais morreram a algumas décadas, não sabemos como, já que Ignácio nunca nos contou. Eu o conheci em uma viagem ao Canadá com meus pais, ele residia lá até então. Nós ficamos muito amigos e ele nos visitou uma vez, mas depois disso perdemos o contado e não o vi mais, até aquela noite. – Você também está mais bonito, diferente, é bom ver você. – Eu sorri. Ele sempre me impressionava com sua beleza, tinha os olhos verdes-dourados, os cabelos eram negros como a noite, grossos e com grandes cachos. A pele era bronzeada, mais clara que a de Jacob, mas ainda assim, lindíssima. Tinha o rosto longo, olhos grandes, os lábios e as maçãs do rosto cheios, era alto e tinha o corpo quase tão musculoso quanto o de Jake. Também aparentava ter um 17 anos como eu. Ele sem duvidas era muito gato, e sempre me deixava vidrada.

- Eu estava passando pelas redondezas e resolvi fazer uma visitinha. Sua família me recebeu muito bem, então eu percebei que você não estava na sala. Perguntei ao seu pai onde você estava e ele me disse que você estava aqui, dormindo, e que havia dormido o dia todo, que se eu quisesse poderia vir acorda-la, disse que você precisava comer. Ele também me contou o que estava acontecendo, sobre o Matthew. – houve uma pausa, e eu quase pedi pra que ele continuasse a falar, eu adorava ouvir seu sotaque espanhol. – E seu pai também me contou sobre o Jacob, – sua expressão mudou de radiante para uma que eu nunca tinha visto do rosto de Ignácio, parecia dor, mesclada de dó, era triste. – eu sinto muito.

- Obrigada, disse eu tristemente- e me sentei na cama, ele fez o mesmo. – mas vamos mudar de assunto, não quero falar sobre isso não me leve a mal é que ... – não consegui terminar, a dor tinha voltado assim que escutei o nome de Jacob, agora que respirava pesadamente, e tinha dificuldade de esconder isso.  Ignácio pareceu perceber.

- Mi hermosa, mi hermosa ... no, no llores. – Foi ai que percebi que estava chorando. - Olha, vamos fazer o seguinte, nós vamos sair, comer uma pizza, tomar milk shake, andar pela cidade e conversar um pouco. O que você me diz da ideia ?

- É, seria bem legal. Mas eu preciso de um banho, eu dormi o dia todo.

- Ok, eu vou descer e esperar você, tudo bem ?

- Claro, eu só ... não, esquece, eu tenho roupa aqui, então pode ir que eu só vou tomar um banho e já estou descendo. – Com isso Ignácio desceu e eu entrei no chuveiro, ainda chorando. Tomei um bom banho, coloquei uma calça jeans preta, uma blusa de renda de alcinha preta com fundo cor da pele, uma bota preta, uma jaqueta curta de couro e um cachecol vermelho sangue pra quebrar um pouco o preto. Fiz uma maquiagem bem natural, a essa altura já havia parada de chorar, então desci a escada. Quando cheguei ao pé da escada Tia Alice me olhou com um olhar de aprovação.

- Renesmee Carlie Cullen, agora você me deixou orgulhosa. Você está tão linda.

- Obrigada Tia. – Disse dando um sorriso sem graça.

- Onde você vai Nessie ? – perguntou papi sério.

“ Papi, menos, manera ai, temos visitas.”

- Nada de “papi manera ai” não moçinha, tenho certeza que Ignácio me entenderá. Agora responda: onde você vai?

- Eu vou leva-la para comer uma pizza em Port Angeles se o senhor não se importar.

- Claro que ele não se importa, não é mesmo Edward. – disse Tio Jaz.

- Eu ...

- Edward, a menina precisa se divertir, deixe que ela vá. – disse tio Emm.

- É verdade. – disse Tanya. – Ela precisa disso, não concordam?

- Claro. – Disseram todos do clã Denali .

- Vá Nessie, depois eu converso com seu pai. – Disse Mami.

- Mas o que é isso ? Eu não tenho mais autoridade nessa casa ? – Perguntou Papi nervoso.

- Papi, não precisa se estressar, se você não quiser eu não vou. É bem simples.

- Não, eu não vou fazer isso com você, e outra que você precisa sair um pouco, conversar com alguém diferente. Pode ir.

- Obrigada papi. -  disse dando-lhe um abraço e um beijo no rosto, fazendo-o se derreter e abrir aquele sorriso lindo que toda vez que mami  via ficava  sem ar.

- De nada Nessie. – disse beijando minha testa.-  Tomem cuidado e tentam não chegar na hora do almoço. Bom, pelo menos o almoço dos humanos. – Todos riram, e eu sai para a garagem.

- Nós vamos em qual carro ? -Perguntei a Ignácio que estava atrás de mim.

- No meu. – e então ele tirou uma chave de dentro do bolço da jaqueta e apertou o alarme que disparou no final da enorme garagem. Bem no cantinho da garagem, quase escondido estava um Hyundai ix35 prateado. – Vamos ? – Eu não disse nada, só sorri e entrei no carro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário